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segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Alma

Distante de meu corpo olho o mar
Uma parte de mim existe além
No mar sem fim... Em teu coração, meu bem!
E deixo a alma encontrar teu olhar

Sonho e acordo! Nas altas noites chamo
Teu nome amado num sonho acordada
E num mistério desperto calada
Dentro de mim com receio do engano
De tudo! Dessas horas que me vão
Do pranto de meu corpo posto ao chão
E eu, morta de tamanha saudade

Agito-me em mares de ansiedade
Amo... Mas vivo em alma de degredo
O corpo morto com esse segredo!...

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Soneto ao fim do dia

Saudades das conversas nas calçadas
Suspiros ao portão... Olhar do amado...
As mãos dele nas minhas entrelaçadas...
O brado dos guris, em mim cravado

Quando à tarde suspirava o vento
Em lânguidos beijos ao fim do dia...
Esses tempos nascem-me ao pensamento
Agora que a tarde me morre fria!

Inda ontem, em plena fantasia
Ergui meus olhos sobre a cidade
De meus pais (e de minha mocidade)

Era linda! O sino na igrejinha
A reza... O namoro na pracinha...
Recordação de um tempo, que me guia..

Publicado no Recanto das Letras em 11/05/2009
Código do texto: T1588861

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Olhar amante

Quando tu caminhas provocante

No ar, abrasador calor me enlaça;

Meu ávido olhar descobre-se amante

De teu corpo feminino que passa

E deixo-me ficar a olhá-la, mudo

De palavras, mas repleto de anseios;

Como se chamejassem em mim dois seios

Empinados, investigando tudo

Do andar, tateio a alma delicada

Por onde deitas teu olhar de mistério

Desejando ser nele, meu império

E ao longo de teu corpo sensual

Deixo meus olhos – sangue animal –

Beberem de tua beleza, amada!